14 fevereiro 2006

Não

Eu não pedi ninguém em casamento.
Não fiz juras de amor eterno, não dei nomes aos possíveis filhos.
Não ameacei suicídio. Não dei orquídeas.
Não escrevi cartas enormes, não fiz poesias, não ofereci músicas.
Não escolhi o lugar onde seria a lua de mel nem a cor da parede de nossa casa.
Não disse qual era nossa música.
Não quis saber pra onde você vai, de onde vem.
Não contei sobre meus amores passados, não perguntei sobre os seus.
Esqueci o passado, mas não fazia questão do futuro.
Não fui exagerado, não banquei o carente profissional.
Queria estar ali.
Amanhã não quer dizer para sempre, saiba.
Não era preciso fugir.
E se fosse qualquer outra coisa subentendida, qualquer paixão discreta, o problema era meu...
Você só tinha que ficar ali. No máximo, corresponder calada. Não havia por que ser assim.
Eu não posso causar mal nenhum a não ser a mim mesmo!
Você tinha que entender!
Minhas frases vagas, insinuando paixão, são típicas.
Meu olhar perdido... é meu!
Era carinho o que eu queria. Não precisava de você inteira.
No entanto... o vazio.
Sempre esse vazio agudo...
E você some... e volta.
Mas se vai voltar, não precisa ameaçar o contrário!
É só ficar calada... os sonhos são meus, não me acorde!

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