09 fevereiro 2006

Freud na Bahia

Numa dessas dormidas entre as 18h e 22h que dou aqui na Bahia, tive um sonho esquisito. Acompanhe-me:
Estava numa palestra sobre sei lá o que, parecendo ser a Marilena Chauí a palestrante. De repente, ela faz uma pergunta esquisita para o Caetano Veloso, que até então eu não havia visto. Ele diz pelo microfone coisas esquisitas sobre 'elite', se negando a responder uma pergunta idiota dessas. Olhei.. olhei... fui correndo até minha casa (sabe como é sonho, né?), peguei aquele livro de capa azul com todas as letras e entrei numa sala onde ele estava sozinho. Pedi para ele autografar antes que nos achassem e tudo ficasse tumultuado. Ele começa a escrever na capa do livro, enquanto pessoas gritam e esmurram a porta. Resolvemos fugir.
Mudança de cenário, onde tudo fica parecido com a novela Bang Bang. Já não atuo mais, só observo duas pessoas correndo. Na fuga, eles caem no rio e aí assumo um dos personagens. Vou sendo levado pela correnteza enquanto seguro só a capa rasgada do livro autografado pelo Caetano. Somente minha mão fica para fora da água, enquanto vou me afogando aos poucos tentando salvar o papel já amassado e molhado.
Cenário muda de novo e creio estar na sala de um psicólogo. Vejo o papel molhado na minha mão com um sol bem grande e sorridente desenhado no alto à esquerda da folha. Não leio o que Caetano escreveu, mas percebo que não está assinado. Digo para o que acho ser um psicólogo: antes que você comece a fazer perguntas, vou fazer 3 que por si só responderão muitas que você possa fazer posteriormente:
- Você já se sentiu sozinho a ponto de pensar que vai morrer assim?
- Você se vê imaginando que não há pessoas que possa satisfazer todas suas paixões, suas cismas, suas angústias?

Não sei se não cheguei a fazer a terceira pergunta ou se esqueci no ato de acordar. Só ficou na memória eu assumindo de novo o personagem dentro da água, enquanto ao fundo ouvia uma poesia que dizia nada disso valer a pena... parecia muito bonita... rimava ares, lugares, bares, mares... Mas não lembro um verso.
Agora, enquanto relatava o sonho, me veio a mente uma música do Caetano que diz "o que tu sonhares... todos os lugares... as ondas dos mares". Mas não era essa música. Eu tinha a impressão que era algo do Caetano mesmo... sei lá... sei lá...
Freud explica?

Não imagino o que Marilena Chauí e Caetano fazem comigo aqui na Bahia. Marilena representa a filosofia por si só e a USP, com certeza. Caetano recende à Bahia... O sol sorridente no autógrafo, a possível poesia dizendo não valer a pena... o que? Lembro que em algum momento pensei no David Calderoni, ex-professor meu de Filosofia Política e psicólogo formado na USP, um dos incentivadores passivos de minha vontade de entrar na USP...

Deixemos as interpretações para depois. Quando voltar para São Paulo vou procurar um psicólogo... ou um hospício mesmo...

:D

.

Sem comentários: