26 outubro 2006

Devaneios...

Para Gardenal,

O que será preciso fazer para ser compreendido?
E se soubermos fazer o que for preciso - seja lá o que for - o que será compreendido?
O quanto mais de paixão será preciso para voarmos? O quanto de precisão teremos ao voarmos?
Onde?

"Eles não sabem o que querem e querem o que não sabem"

O que será preciso para compreender?
E se soubermos fazer o que for preciso - seja lá o que for - será bom saber?
O quanto mais de paixão eles precisam para querer voar? E se voarem...
Onde?

Com o tempo muda... as pessoas mudam... são só sonhos....

Sei que amo muito e acredito em fadas.
O que fazer quando as pessoas não acreditam?

19 outubro 2006


"A mulher mais linda do mundo não parece em nada com a Nicole Kidman (o branco dos olhos, talvez), que é a segunda ou a terceira mulher mais linda do mundo.
A mulher mais linda do mundo fala mansinho feito uma menininha brincando de boneca, e desafina ao cantar "Eu Sei Que Vou Te Amar". Quando doente fica meio verde, e torce a boca para o lado esquerdo quando está insatisfeita.
A mulher mais linda do mundo come feito gente grande, mas é magra de ruim; de uns tempos pra cá vem engordando um pouquinho - o que, confesso, a torna ainda mais linda.
A mulher mais linda do mundo usa um perfume com cheirinho de criança, e não sei se isso é sintoma de uma possível pedofilia minha, mas ainda assim é um perfume meio sexy.
A mulher mais linda do mundo acorda uma hora e meia mais cedo só para esticar o cabelo, que nem precisava ser esticado, e fica lá... secador, chapinha, pente...
A mulher mais linda do mundo tem duas covinhas no queixo que aparecem quando ela ri. Tem duas nas costas também, mas deixa pra lá, hehehe...
A mulher mais linda do mundo sabe dar golpes de Jiu Jitsu quando convem, e às vezes se prende a mim feito uma preguiça na árvore.
A mulher mais linda do mundo tem um vestidinho rosa, muitas bolsas e uma melissa dourada para pôr no pezinho mais lindo do mundo.
A mulher mais linda do mundo ronca quando está cansada, e mexe a cara toda quando dorme.
A mulher mais linda do mudo faz coisas que ninguém que olhe para aquele rostinho inocente acreditaria...
A mulher mais linda do mundo às vezes conversa comigo como se fosse minha mãe, ou então uma amiga muito antiga, ouvindo minhas besteiras, falando outras tantas.
A mulher mais linda do mundo tem a menor boca do mundo, acho, mas o maior beijo, tenho certeza.
A mulher mais linda do mundo talvez não seja a mais bonita do mundo, mas às vezes deixa meus olhos cheios de lágrimas ao dizer coisas lindas, ao me tornar o homem mais feliz do mundo, ao ser a minha namorada, a minha mulher.

Eu e Vinicius de Moraes

"Se a felicidade existe, eu só sou feliz enquanto me queimo e quando a pessoa se queima não é feliz. A própria felicidade é dolorosa."
Vinicius de Moraes


Eu tenho certeza de que o que eu sinto pelo Vinicius de Moraes é uma forma de amor inexplicável. Uma admiração profunda, respeito, uma certa inveja até, com uma pitada de dó - não deve ser fácil ser poeta assim.
Não lembro quando eu 'conheci' Vinicius. Não lembro quais foram os primeiros versos que li, as primeiras músicas que ouvi... sei que quando estava no primeiro ano do Ensino Médio, uma amiga emprestou uma biografia enorme dele, da qual li alguns trechos pulando muita coisa, mas fui me envolvendo por aquela paixão toda... sei lá. Já havia lido diversos poemas dele, e era bem capaz de já nessa época eu ter decorado o Soneto de Fidelidade. Mas foi com o tempo que eu realmente passei a amá-lo.
Há pouco tempo comprei um DVD com uma espécie única de documentário com requintes de tudo que envolve a sétima arte. Músicas cantadas por diversos intérpretes, depoimentos, imagens dele já bem velho, bêbado... tanta coisa linda!
É preciso confessar, também, que muito de todo fascínio e amor envolve uma certa incompreensão - eu não consigo imaginar como um poeta assim se casa nove vezes. Escrever coisas tão lindas para pessoas diferentes, sentir sempre esse amor, esse 'precipício da paixão', como dizem no DVD.
Toda vez que eu bebia whisky, pensava em Vinicius. Fui num "Tributo a Vinicius de Moraes" no meu bar preferido dentre todos de Sampa (o Bar do Tinóia), e bebi tanto que mal lembro como cheguei em casa. Quando voltei lá alguns dias depois, a garçonete, já amiga de outros porres, me chamava de chorão, porque eu bebia, cantava e chorava, apaixonado, deslumbrado, com saudades dele. Não teve um gole de whisky em minha vida toda em que eu não lembrasse de Vinicius ou citava: "o whisky é o melhor amigo do homem". Eu não bebia com meus amigos ou mesmo sozinho. No fundo, eu bebia com o Vinicius.
São vários os poetas que são importantíssimos na minha vida. Eu li muito mais o Fernando Pessoa do que o Vinicius, sem sombra de dúvidas. Mas talvez pela proximidade cronológica, talvez pelas músicas, pela voz, pelas imagens...
Eu e a Sheila nem marcamos casamento, mal sabemos o que vamos fazer nesse fim de semana - sabemos somente que nos amamos e vamos ser felizes juntos. Mas se tivermos um filho, ele se chamará Vinicius. Isso já está definido (já com o consentimento dela, óbvio, hehehe).

17 outubro 2006

>: 4 - 8 - 15 - 16 - 23 - 42

Estou lendo "Os Porcos Espinhos de Schopenhauer", livro de uma psicóloga americana chamada Deborah Anna Luepnitz. O livro até que é legal, e destaca o papel do diálogo nas relações humanas.
Tenho vários comentários a fazer sobre o livro, mas eu estava pensando era no papel dos monólogos em nossas vidas; sobretudo esses que faço aqui.
Escrevendo ou somente pensando passo a entender muitas coisas sobre mim. Chego às vezes a arriscar diagnósticos sobre alguns comportamentos, algumas atitudes. Depois penso se sou eu a pessoa mais adequada para 'me entender'. Confesso que sou muito íntimo de mim mesmo (hehehe), mas o que seria 'se entender' ou 'se conhecer'. Criar-se?
Não são muitas as dúvidas sobre meus quereres, meus deslumbres, meus fascínios, meus desejos. Meus sentimentos foram sempre muito bem desenhados, os problemas que tive se davam na questão dos ritmos e dos diálogos. Aquela música do Caetano: "onde voas bem alta eu sou o chão / E onde pisas no chão minha alma salta, e ganha liberdade na amplidão". Precisava olhar pro lado (estivesse eu no céu ou no chão), e ver a pessoa que amava ali; se eu não visse, saía de cena sem nenhum peso na consciência. Com minha atual namorada – mulher da minha vida, futura esposa - consigo sincronizar essas coisas através de muito diálogo, com requintes de filosofia alemã. Tudo é muito discutido e esmiuçado, daí o sincronismo.
No entanto, nada me tira esse impulso de escrever, de criar monólogos em busca de conhecer-me ou criar-me. Às vezes está tudo certo e eu fico pensando sobre o certo, o que é certo e errado. Algumas coisas que faço naturalmente, posteriormente são analisadas com frieza, como que por outra pessoa – um outro eu que pensa mais.
Não há uma razão específica para escrever, para pensar sobre coisas que passam batidas na vida de outras pessoas. Mas é uma espécie de necessidade... sei lá...
Na segunda temporada de Lost eles descobrem uma espécie de Bunker que chamam de escotilha. Dentre dezenas de outras coisas, lá dentro tem um computador onde precisam ser digitados uns números (cheios de histórias esses números¹) a cada 108 minutos, caso contrário algo muito sério aconteceria. Depois dois dos personagens descobrem que isso não tinha função alguma, e essa escotilha era observada duma outra escotilha cuja função era relatar o comportamento das pessoas incumbidas de digitar o número. Eles escreviam relatórios e os colocavam num tubo que enviava para a 'matriz' onde seria analisado. Episódios depois, vemos uma pilha desses relatórios atirados pelo tubo no meio do mato, sem passar por análise alguma. Nem uma escotilha nem outra tinha função de verdade. Mas e o medo de parar de digitar o número? Escrever os relatórios? Como saber? Mesmo sabendo que os números digitados poderiam não ter função, um dos personagens não quer parar.
Penso que escrever e uma dezena de outras coisas na vida de outras pessoas é exatamente assim.

(Não queria dizer agora, ia deixar pra um texto específico que vou escrever depois: Lost é foda. Quando comecei a escrever nem lembrava desses episódios, então eles surgiram pra me ajudar a andar com o texto.)

¹ Os números que precisam ser digitados são: 4, 8, 15, 16, 23, 42 - que servem de título a esse texto.

Observação: há um livro de George Orwell (Autor de 1984 e A Revolta dos Bichos) chamado "Keep The Aspidistra Flying", que traduziram ora como "Moinhos de Vento", ora como"Mantenha o Sistema". Aspidistra é uma planta que na terra de Orwell é equivalente às Samambaias aqui: sempre ficam bem num escritório (Ed Mort quando ganhou dinheiro comprou uma pro escri, depois ficou pobre novamente e a comeu). Manter a aspidistra voando tem a ver com o que eu disse aqui. Algo assim.

12 outubro 2006

Caetaneando...


Não tive coragem de pagar mais de R$ 34,00 no CD novo do Caetano Veloso. Peguei no emule e estou ouvindo no meu MP3 Player nesse exato instante.
Ainda que com tiradas ótimas, as entrevistas de Caetano me desagradaram pelo discurso de linchamento ao presidente Lula. Soa muito conveniente vindo de um cara que ainda esse ano fez um pocket show de inauguração dum grande empreendimento pros lados da Marginal Pinheiros, que envolve um prédio cuja cobertura custará mais de R$ 18 milhões – a mais cara cobertura do país. E o show no Hotel Fasano, à época do CD A Foreign Sound, com ingressos por mais de R$ 500,00??? Pra quem falou tanto da “BurGUÉsia paulista” quando João Gilberto foi vaiado ao lado dele...
Enfim... às músicas:
Gostei do CD. Aliás, gosto muito de Caetano Veloso – o poeta e cantor. Causa estranheza a levada Rock (ou seria melhor dizer a ‘simplicidade’) das músicas e a ausência da produção e do violoncelo de Jaques Morelembaum. Mas é bom ver um compositor de clássicos cantando:
“ce foi mesmo rata demais
meu grito inimigo é:
você foi mor rata comigo
você foi concreta e simplesmente
rata comigo demais”
Caetano é um poeta no sentido visceral da palavra poeta (se é que ser visceral dá mais sentido a algo, mas deu vontade de dizer assim). Já ouvi Caetano cantando e compondo sambas e rocks, criando novas versões para clássicos (como em Come as You Are ou Help), escrevendo, dirigiu um filme décadas atrás... Ele tem a inquietude típica de todo grande criador, não faz parte desse mundo de conveniências.
Em suma, é um louco como outro qualquer.
E eu gosto muito de gente louca.

Obs.: A música que tá tocando nas rádios, "Não me Arrependo", é uma das melhores do CD. Mas "O Herói" é fantástica:

(...)
não quero jogar bola pra esses ratos
já fui mulato, eu sou uma legião de ex mulatos
quero ser negro 100%, americano,
sul-africano, tudo menos o santo
que a brisa do brasil briga e balança
e no entanto, durante a dança
depois do fim do medo e da esperança
depois de arrebanhar o marginal, a puta
o evangélico e o policial
vi que o meu desenho de mim
é tal e qual
o personagem pra quem eu cria que sempre
olharia
com desdém total
mas não é assim comigo.
é como em plena glória espiritual
que digo:
eu sou o homem cordial
que vim para instaurar a democracia racial
eu sou o homem cordial
que vim para afirmar a democracia racial

eu sou o herói
só deus e eu sabemos como dói

11 outubro 2006

"Ainda hoje a minha queixa está em amargura; o peso da mão dele é maior do que o meu gemido. Ah, se eu soubesse onde encontrá-lo, e pudesse chegar ao seu tribunal! Exporia ante ele a minha causa, e encheria a minha boca de argumentos. Saberia as palavras com que ele me respondesse, e entenderia o que me dissesse. Acaso contenderia ele comigo segundo a grandeza do seu poder? Não; antes ele me daria ouvidos. (...)Eis que vou adiante, mas não está ali; volto para trás, e não o percebo; procuro-o à esquerda, onde ele opera, mas não o vejo; viro-me para a direita, e não o diviso. Mas ele sabe o caminho por que eu ando; (...)Mas ele está resolvido; quem então pode desviá-lo? E o que ele quiser, isso fará."

Eu também vejo semelhança com "O Processo" ou "O Castelo", de Kafka. Mas é do livro de Jó, o da paciência.
Dia desses vi um livro com o título de "História Universal da Angústia", algo assim... não lembro bem. Seriam os homens das cavernas menos angustiados que os modernos? Na bíblia há vestígios claros de angústia tipicamente moderna, como Salomão a dizer "nada novo sob o sol" no livro Eclesiastes.
Enfim... na verdade a grande novidade é eu estar lendo vez ou outra alguma coisa da Bíblia.
Ainda que eu tivesse contato desde a infância, há pouco tempo ganhei uma bíblia de presente de um Testemunha de Jeová que trabalha comigo. Alterno a leitura dela com habitués de minha biblioteca e o recém adquirido vício no seriado Lost, que estou no 4ºDVD da segunda temporada.
Inegável que a Bíblia tem uma sabedoria inexplicável. Coisas belíssimas e sábias, e outras tantas muito confusas. Me flagro deslumbrado com algumas passagens (como essa de Jó citada anteriormente), e não entendo como um livro pode gerar tanto preconceito de maus leitores.

10 outubro 2006

Camisa da empresa para fora da calça jeans manchada, All Star bege no pé. A um velho conhecido que olha meio esquisito, diz:
- Como diz um amigo meu que inventei - portanto não existe - mas que serve pra dizer as coisas que não teriam graça se fosse eu quem dissesse, hoje estou vestido de foda-se.
- Anh?
- Esquece.

09 outubro 2006

A Poesia e Eu

Inegável o papel da Poesia na minha vida. Vivo a poesia (no cinema, nos romances, nas músicas) de forma muito intensa, e não raro levo tão a sério um livro, que é como se ele fosse parte da minha vida. E quando criticado, me pergunto: por que não seria?
De acordo com Locke, o ser humano ao nascer é uma "tabula rasa" (algo como 'quadro em branco'); vai adquirindo conhecimento pelos sentidos, pela experiência. Fazer da Literatura ou do Cinema um pouco da própria vida, preencher, rabiscar essa “tabula rasa” com traços de poesia é tão válido quanto uma experiência dita "vivida". Eu consigo realmente VIVER um pouco pela poesia dum Fernando Pessoa, um romance do Kundera, Fausto Wolff ou Saramago.
Estabelecer hierarquia entre a vida ‘real’ e a da Arte pra mim é difícil sim. Uma conversa de boteco com um amigo que conheço há anos é tão válida quanto algo que li num livro, que vi num filme.
Não sei explicar a origem disso. Não sei a partir de quando passou a fazer sentido, a ser importante. O valor que a religião tem na vida de algumas pessoas é idêntico ao da poesia para mim (Diga-se de passagem que poesia não é somente versos, rimem ou não. Poesia é o que vemos num filme como Os Sonhadores, que lemos num romance como “A Insustentável Leveza do Ser”, que sentimos num devaneio filosófico dum Nietzsche, que ouvimos na músicas do Chico Buarque).

03 outubro 2006

Supostas Virgens

O problema da política brasileira não é a putaria que acontece em Brasília, seus vilões etc... Não é somente o caráter das putas ou dos vilões. O problema, já disse o senhor Mino Carta, é a qualidades das virgens. O que também me faz lembrar os versos que inspiraram o filme de Charles Kaufman:
“Feliz é o destino da inocente vestal
Esquecida pelo mundo que ela esqueceu
Brilho eterno da mente sem lembrança!”

Numa contestável tradução (contestável por quem sabe, diga-se de passagem; e eu não sei) de: “How happy is the blameless vestal's lot! / The world forgetting, by the world forgot. / Eternal sunshine of the spotless mind!”.
Sim, pois em qualquer canto nos deparamos com discursos exasperados contra Lula, falando de Moral e Ética num país que elege Maluf, Clodovil, Frank Aguiar, Collor, dentre outras figuras quase circenses - um circo de horrores. Isso sem falar nos alvoroçados tucanos a pregar com uma propriedade quase convincente, caso esquecêssemos os anos FHC com suas privatizações, votações compradas, dólar disparado, país economicamente quebrado... ah, me ofusca o brilho eterno dessa moral imaculada, totalmente sem lembranças.
Todos se acham no direito de julgar e condenar tendo como bandeira a moral e a ética, quando no fundo sentem é ódio de classe - abaixavam a cabeça para as barbáries do príncipe dos sociólogos da USP, e querem condenar Lula por ele ter sido operário e supostamente inferior intelectualmente. E não é.
No entanto, por mais que eu tenha me empolgado - eu e muitos outros - quando Lula assumiu o poder, por mais que eu simpatize com ideais da esquerda, não fecho os olhos e me renego a fazer um elogio ao governo Lula com sua política de esmolas, sua política econômica ridícula. Não. Mas se juntar aos atuais algozes do presidente, olhar ao redor e sem querer repetir o discurso do PSDB, do PFL do sr. Antonio Carlos Magalhães... não dá.
Acreditar na virgindade moral e ética dum PSDB há 12 anos em São Paulo, que governou o país durante 8 anos... Fala sério!
Comparados os resultados, Lula foi melhor que FHC, mas não foi o melhor governante que poderíamos ter. Nessa eleição, passei um bom tempo da campanha certo de votar na Heloisa Helena; mas a histeria dela nos debates e discursos me fez crer que o Cristovam Buarque era melhor. Votei no Cristovam, e meio resignado votarei no Lula agora. Roubos? Falcatruas? Com certeza houve algumas, mas já tão enraizadas no folclore político brasileiro que só apareceram por vontade da mídia, depois de muito Red Bull com Whisky.

Rio sozinho só de imaginar o alvoroço dessas supostas virgens diante de tanta sacanagem - imaginem só os gritinhos diante da foto dos milhões apreendidos pela Polícia Federal! Esse povinho dos e-mails exasperados, das contundentes apresentações em Power Point, das discussões dignas das salas de aula da Sorbone onde FHC lecionou, das passeatas na Paulista então! Será que foi num dia de semana? Com o que trabalham?

Ah... é tanta pureza, tanta moral, tanta ética!!!