07 fevereiro 2006

Até quando?

Ficar sozinho durante muito tempo nos faz perder a noção do que é verdade e mentira. Nos torna carentes, e isso é complicado. Se há um problema no mundo, esse problema se chama carência.
E carência se dá de muitas formas. Há o filho que precisa da mãe, pessoas que precisam de amigos, atenção (isso falando somente nos relacionamentos interpessoais)... e todas essas formas de carência geram problemas. Meu caso não se encaixa em nenhum desses citados. Tenho uma carência afetiva relacionada a idéias platônicas de amor.
Minha personalidade é complicada e minha insatisfação é notória. Aparentemente, achar uma pessoa que satisfaça todas minhas cismas, minhas manias, minhas paixões, parece impossível; há noites em que durmo sabendo que vou morrer sozinho. Então parece que tudo isso se esvai no simples gesto de andar de mãos dadas - beijo na boca é ótimo, mas carinho se dá pela mão -, abraçado... Mas será que isso me satisfaria durante muito tempo? O que eu faço então com essa minha angústia que me faz escrever, pensar, ler e vez ou outra ameaçar chorar sozinho? Será que a chave de todos os problemas sentimentais/dramáticos/angustiantes está na mão de uma pessoa só? Se não, o que faço? Bebo até morrer? Escrevo mais? Se longe de casa, do delírio cotidiano, do desvario aleatório, isso não acaba... até quando?... até quando?

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