05 setembro 2008

Tentar explicar a dor que nos leva a escrever é tarefa delicada. Uma pessoa que escreve não é feliz...
E muitas vezes o assunto em si pode não ser triste; o processo de colocar pra fora, de mostrar, expor, é que torna a coisa dolorosa. E quando digo escrever me refiro a tentativa de transformar sensações e emoções em palavras, não essa baboseira que fazem pra ganhar dinheiro ou narrar com "impacialidade" algo que aconteceu.
Quando escrever envolve criação de um personagem, por exemplo, numa narrativa, deve ser ainda pior: Shakespeare precisa morrer e nascer Hamlet para escrever aquelas maravilhas. E convenhamos: a morte e o nascimento são coisas dolorosas.

E quando de repente você sente que já não consegue escrever da mesma forma que antes parece ser pior.

(Relendo o que escrevi, vejo que a idéia de dor e infelicidade se misturaram. Somos infelizes quando sentimos dor?)

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Me sinto patético. Ridículo. Instrumentalizei o uso das palavras e o resultado é algo tosco. Um cantor com melodia, boa banda, cuja voz se perdeu.

Amor de Panda

Todo mundo acha o Panda lindo; ele tem cara de fofo, parece ser o melhor bicho de estimação do mundo. Mas um panda dentro de casa deve ser complicado: o bicho é grande, desengonçado, atrapalhado, deve comer demais, não aprende a fazer as necessidades no lugar certo, e imagine acordar de manhã com um panda subindo na cama. Se um cachorro já não é fácil quando quer dar e receber carinho, imagine um panda amando feito um cachorro...

Ou o que é pior: amando ainda mais que um cachorro.