29 julho 2006

De Mãos Dadas

para Sheila,

É como se andássemos de mãos dadas ao som de uma música que só nós ouvimos. Abraçados num bar, tocam Vinicius pra gente.
E não fomos tão longe para ter felicidade. Não há nada verdadeiramente novo ao alcance de nossas mãos, exceto o fato de vez ou outra estarem elas entrelaçadas, ao andarmos, ao pararmos, ao nos beijarmos.
Estamos onde sempre estivemos, temos o que sempre tivemos, somos o que fomos.
Mas as nossas mãos se dão como se ao se tocarem - ao nos tocarem - obedecessem ao coração; da mesma forma como a fome faz levar alimento à boca, nossa sede de si pega com as mãos algo de nós que é a própria felicidade, ou é o alimento que ela precisava pra viver em nós.
E o espanto é muito por sermos pouco e sermos tanto!
E não precisamos de dias ensolarados ou noites enluaradas pra sentirmos isso. Chove lá fora, possivelmente a mesma chuva que chovia quando eu era sozinho, mas hoje eu andaria com você na chuva e acharia lindo! E olha só: a mesma chuva que antes me deixava triste!!!
O que antes já era bom – como tomar chopp e ouvir MPB no Bar do Tinóia – se torna ainda melhor com você. Coisas que antes não faziam sentido, hoje são necessárias. Você ilumina, espalha um cheiro, uma leveza, uma beleza de coisa simples que faz de ti a coisa mais necessária e importante da minha vida.
EU TE AMO

Sem comentários: