28 abril 2006

Os Grandes Amores e o Sapo

"Acontece que meu coração ficou frio"
Cartola

Se jogarmos um sapo na água quente, ele pula. Se o colocarmos na água fria e esquentarmos até ferver, ele morre cozido.
Tal qual o sapo que de início refestelava-se na água fria, diante de grandes amores nos refestelamos em sonhos, declarações e presentes. Com o tempo, o calor da água faz o sapo perder a disposição de nadar. Nós, diante da frieza do ser amado e da aparente impossibilidade de o amor dar certo, perdemos o sorriso e ganhamos cinismo. Fazemos poesias. O sapo continua na água, nós continuamos amando.
Água muito quente, o sapo parece morto, pára de nadar. Coração já esfriando, nos entregamos à melancolia e ao desamparo.
Fervida a água, morto o sapo. Coração congelado, fazemos política.

Obs.: Apesar de a idéia da água quente e do sapo ser um jargão popular, ninguém nunca se perguntou quem fez essa experiência; os detalhes foram tirados da minha imaginação. Creio que foi assim:
Alguma mulher que conhecia o mito do príncipe transformado em sapo ficou com nojo de dar o beijo, ainda que soubesse ser ele um príncipe. Buscou outras formas de transformá-lo em príncipe, dentre elas essa experiência usada por mim como metáfora para os grandes amores.
O final feliz foi forjado por algum literato feliz. Na minha opinião, a infeliz mulher matou o sapo, o príncipe, casou com algum plebeu idiota etc...

1 comentário:

Anónimo disse...

iESSE É MEU PRIMO... O FAMOSO INTECTUAL D FAMILIA...

TE AMULL PRIMU.. E FELICIDADES..