09 agosto 2006

Estresse

"substantivo masculino
Rubrica: medicina.
estado gerado pela percepção de estímulos que provocam excitação emocional e, ao perturbarem a homeostasia, levam o organismo a disparar um processo de adaptação caracterizado pelo aumento da secreção de adrenalina, com várias conseqüências sistêmicas; stress
Obs.: cf. homeostasia e síndrome geral de adaptação"


Subitamente uma infinidade de pulgas começam a morder minha pele pelo lado de dentro, numa aflição kafkiana. Meu peito arde, meu coração dispara, fico inquieto e agressivo.
Nada acalma. Nada satisfaz.
Já com várias tarefas acumuladas, inicio outras tantas. Não há vontade de conclui-las. Desisto e resolvo escrever.
Não há algo consistente para escrever. Nada objetivo.
Minha cabeça ameaça doer, sinto sede. Levanto, bebo água.

Há momentos em que o ar que entra pelo meu nariz faz mal. Respirar incomoda.
Lembro de Buk:
"-Eu odeio pessoas. Você não?
- Não. Só quando elas estão por perto"

Não sei ao certo se a origem de meu nojo é endógena ou exógena. Não me sinto limpo; no entanto, tenho nojo das coisas ao redor.

Me sinto longe de casa. Longe do ninho. Longe do meu ambiente. Mas qual é meu ambiente?

Lembro de Augusto dos Anjos verso por verso:
“este ambiente me causa repugnância...”

Não só o peito, mas a garganta também arde.
Tenho ímpetos agressivos. Arqueio as sobrancelhas. Dentro dos sapatos, aperto os dedos do pé...
Bebo mais água.

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