11 outubro 2006

"Ainda hoje a minha queixa está em amargura; o peso da mão dele é maior do que o meu gemido. Ah, se eu soubesse onde encontrá-lo, e pudesse chegar ao seu tribunal! Exporia ante ele a minha causa, e encheria a minha boca de argumentos. Saberia as palavras com que ele me respondesse, e entenderia o que me dissesse. Acaso contenderia ele comigo segundo a grandeza do seu poder? Não; antes ele me daria ouvidos. (...)Eis que vou adiante, mas não está ali; volto para trás, e não o percebo; procuro-o à esquerda, onde ele opera, mas não o vejo; viro-me para a direita, e não o diviso. Mas ele sabe o caminho por que eu ando; (...)Mas ele está resolvido; quem então pode desviá-lo? E o que ele quiser, isso fará."

Eu também vejo semelhança com "O Processo" ou "O Castelo", de Kafka. Mas é do livro de Jó, o da paciência.
Dia desses vi um livro com o título de "História Universal da Angústia", algo assim... não lembro bem. Seriam os homens das cavernas menos angustiados que os modernos? Na bíblia há vestígios claros de angústia tipicamente moderna, como Salomão a dizer "nada novo sob o sol" no livro Eclesiastes.
Enfim... na verdade a grande novidade é eu estar lendo vez ou outra alguma coisa da Bíblia.
Ainda que eu tivesse contato desde a infância, há pouco tempo ganhei uma bíblia de presente de um Testemunha de Jeová que trabalha comigo. Alterno a leitura dela com habitués de minha biblioteca e o recém adquirido vício no seriado Lost, que estou no 4ºDVD da segunda temporada.
Inegável que a Bíblia tem uma sabedoria inexplicável. Coisas belíssimas e sábias, e outras tantas muito confusas. Me flagro deslumbrado com algumas passagens (como essa de Jó citada anteriormente), e não entendo como um livro pode gerar tanto preconceito de maus leitores.

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