05 setembro 2008

Tentar explicar a dor que nos leva a escrever é tarefa delicada. Uma pessoa que escreve não é feliz...
E muitas vezes o assunto em si pode não ser triste; o processo de colocar pra fora, de mostrar, expor, é que torna a coisa dolorosa. E quando digo escrever me refiro a tentativa de transformar sensações e emoções em palavras, não essa baboseira que fazem pra ganhar dinheiro ou narrar com "impacialidade" algo que aconteceu.
Quando escrever envolve criação de um personagem, por exemplo, numa narrativa, deve ser ainda pior: Shakespeare precisa morrer e nascer Hamlet para escrever aquelas maravilhas. E convenhamos: a morte e o nascimento são coisas dolorosas.

E quando de repente você sente que já não consegue escrever da mesma forma que antes parece ser pior.

(Relendo o que escrevi, vejo que a idéia de dor e infelicidade se misturaram. Somos infelizes quando sentimos dor?)

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Me sinto patético. Ridículo. Instrumentalizei o uso das palavras e o resultado é algo tosco. Um cantor com melodia, boa banda, cuja voz se perdeu.

3 comentários:

Fernanda Bello disse...

Se um cantor está sem voz é porque ele encontrou algo que o fez perdê-la. Agradeço a música deixada no cabaré, é linda e real. Saudade enorme. Beijo.

Tally M. disse...

Conhecendo o espaço, retribuindo a visita, adorando tuas combinações de palavras... Apostando na influência maligna do signo!
Beijo

Fernanda Bello disse...

FELIZ NATAL!