22 agosto 2008

Não gosto muito da cidade onde moro; não nutro paixões por meu time de futebol ou qualquer outro esporte; não coleciono coisas intocáveis; gosto de diversos tipos de músicas e até nutro uma profunda admiração por alguns compositores, mas não sou tiete; não sonho com uma Ferrari ou uma Harley Davidson – confesso que gosto muito do meu Peugeot 206 e obviamente quereria outros melhores; mas tenho a triste certeza de que isso não me faria mais feliz.
Assim como Oscar Wilde, “sou uma pessoa de gostos simples: me satisfaço sempre com o melhor”. Namoro, cobiço, sonho com as coisas que vou comprar a curto prazo: fico olhando na vitrine ou pesquisando na internet. A compra do meu primeiro carro, do meu primeiro notebook, algumas roupas, celulares, foram coisas que me satisfizeram bastante. E bastante é o que basta.
Muitas vezes confundimos felicidade com prazer. Satisfação com felicidade. Prazer com satisfação. Uma mesma coisa pode ser comida ou saboreada – depende da fome (uma necessidade). Minhas vontades são quase sempre fruto de necessidades; satisfeitas as vontades, ponto ou reticências? Interrogação!!!
Não tenho grandes desejos (e esta deveria ser a frase inicial deste texto). Conheço o prazer, e a felicidade que dele resulta vez ou outra. Mas a felicidade também pode doer. Quase sempre dói. Daí as lágrimas... sou uma pessoa que chora muito.
Tenho o privilégio de namorar e estar noivo da mulher por quem sou apaixonado. Uma amor que é necessidade, satisfação e desejo. E me faz feliz.
Às vezes acho que eu deveria ser feliz sempre. Me sinto ingrato, o que me torna ainda menos feliz.
As coisas que venho escrevendo cheiram à filosofia de boteco.

1 comentário:

Fernanda Bello disse...

Saudade de sua filosofia de boteco. E de suas exclamações... rs. Beijo amigo!